Conexão com a família faz bem

 

De acordo com especialista, compartilhar momentos com quem amamos, podem diminuir os níveis de estresse e de solidão

 

Depois que a infância e adolescência vão embora, chegam os compromissos da vida adulta que acabam atrapalhando os momentos de convivência com a família. Os pais passam a ser segundo plano em uma fase de se criar novas conexões com o mundo – os amigos e a carreira profissional. De filhos, os adultos tornam-se pais e passam a ter a responsabilidade de prover o lar. O foco em suprir a casa sequestra-lhes o tempo e pode se tornar uma armadilha que compromete a convivência com sua nova família. E assim, gira a roda da vida da sociedade, que muitas vezes se considera sozinha, mesmo estando em uma multidão.

 

Os vínculos com as pessoas mais próximas de um indivíduo vão se enfraquecendo e, quando ele se dá conta, há um caminho de resgate pela frente. De acordo com a psicóloga Adriane Garcia, apesar da correria e da extensa rotina de trabalho, estar próximo de pessoas que amamos e se sentir pertencentes é essencial para o indivíduo.

 

“Conviver, sorrir, brincar com quem amamos cria memórias positivas, o que ajuda inclusive a diminuir os níveis de estresse e de solidão. Além disso, ainda dá uma quebrada na rotina e naquela sensação de pressão e de angústia que sofremos no dia a dia”, explicou.

 

Ela lembra ainda que, de acordo com o psicólogo, psiquiatra e psicanalista britânico Edward John Mostyn Bowlby, o vínculo forte e a sensação de segurança que a convivência familiar geram, ainda durante a primeira infância, repercutem na vida adulta. “Se nós temos uma família acolhedora, que traz uma sensação de segurança, introjetamos que, apesar de tudo que está acontecendo no mundo, temos para onde recorrer”, arremata.

 

Embora a rotina das famílias esteja cada vez mais acelerada e não seja possível ignorar essa realidade, nem tudo está perdido! Com um pouco de organização e planejamento, é possível criar situações para ficar juntos. Uma viagem de fim de semana, um acampamento, um passeio de um dia, ou até mesmo um piquenique podem ser excelentes ocasiões para se fortalecer a conexão familiar.

 

“Esse é o melhor presente que um ser humano precisa receber. O afeto, a troca, o amor, o carinho, a compreensão, o riso, é isso de que precisamos. Porque além de serem momentos leves e felizes, é essa convivência que cria o sentimento de pertencimento e nos fortalece enquanto indivíduos”, acrescentou a psicóloga.

 

Dica de convivência

Para aqueles que querem socializar, mas não sabem por onde começar, e nem como fazer, a psicóloga Adriane Garcia, preparou deixa uma dica. “O mais importante é que a gente esqueça as diferenças; toque apenas em assuntos leves; priorize a intencionalidade positiva de cada um; que olhe um para o outro buscando ver o melhor dessa pessoa, esquecendo as situações que não te agradam.”